Resenha 3
O que dizer de um livro onde, logo em suas primeiras páginas a narradora diz: "Eis um pequeno fato: você vai morrer". Não, não se assuste com a afirmação pois, apesar de realmente ser proferida pela própria Morte, você tem nas mãos uma história criada para virar um clássico. "É a história de um desses sobreviventes perpétuos, uma especialista em ser deixada para trás". A sobrevivente chama-se Liesel Meminger, uma menina que, abandonada pela mãe, para não morrer igual a ela, nas mãos dos nazistas, acaba entregue a um casal alemão numa cidadezinha perto de Munique, em 1939. Entre este ano e 1943, por três vezes Liesel encontrou a morte e por três vezes a venceu. A narradora, derrotada, explica: "É só uma pequena história, na verdade, sobre, entre outras coisas, uma menina, algumas palavras, um acordeonista, uns alemães fanáticos, um lutador judeu e uma porção de roubos... mas quando a morte conta uma história você deve parar para ouvir". O autor dessa pequena obra prima tem apenas 31 anos, chama-se Markus Zusak é australiano, e conseguiu com uma habilidade impar construir um libelo contra a tirania e o medo, usando para isso a linguagem, o amor aos livros e a palavra como sua principal arma. É conhecido por sua obra dirigida ao público infanto-juvenil, como o premiado "I Am the Messenger". Do Conselho Australiano de Livros Infantis, recebeu o Prêmio Livro do Ano para Leitores Mais Velhos. " A menina que roubava livros" está há 43 semanas na lista dos mais vendidos do New York Times. Encante-se.
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